terça-feira, 26 de junho de 2012

DUMBARIBOREÓ, Episodio II -“il joue comme un Brésilien”




Enquanto tento viajar pelo Google Earth, daqui dum quarto de hotel em Conakry, para tentar fazê-los entender um pouco da Guiné...


La fora o som é um só, múltiplo, de pés descalços ou calçados com suas melissinhas correndo atrás da bola, do sonho que o gol trás pra tantos. Moleques, que por todas as ruas, muitas delas fechadas ao transito, seja por precariedade, seja pelo comércio (barracas), ou mesmo pelos jogos, lá estão eles a correr atrás de bola em busca dos gols imaginários. Muitos dos jogos aqui utilizam golzinho caixote ( expressão para designar um gol pequeno, muitas vezes as balizas são apenas um par de chinelos, alguma pedra, um coco)... e muitos dos jogos que são jogados por crianças são interrompidos por velozes  e furiosos veículos que passam buzinando ensandecidamente.  Aqui em Conakry são carros e calçadas, lá no interior são morros e montanhas, pedras que interagem com o jogo, sendo mais uma pincelada na bela paisagem da bola, pano de fundo dos mais variados sonhos, e como se sonha nessa Guiné...em especial em Kerouane, no campo, quando um moleque joga bem, quando a família dele já sonha em  vê-lo brilhando no esporte  costuma-se dizer “il joue comme un Brésilien“, já quando o moleque não vai muito bem com a bola nos pés é prontamente comparado aos ex-colonizadores.



Fica aqui uma de minhas impressões da Guiné, um dos lugares musicalmente mais ricos do mundo. Uma das menores distancias entre Brasil e África e com certeza o ponto que pode mais uma vez nos unir, proporcionando um lindo intercambio sem termos que depender do velho continente. 








Manuel,  é Geológo, formado há 4 anos e pouco, desde então, vivendo 20 dias no mato, fazendo exploracão mineral, e 10 dias de folga, vendo o mundo. Viajando para botar números ao potencial econômico de algumas rochas.




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