Enquanto tento viajar pelo Google Earth, daqui dum quarto de hotel em Conakry, para tentar fazê-los entender um pouco da Guiné...
La fora o som é um só, múltiplo, de
pés descalços ou calçados com suas melissinhas correndo atrás da bola, do sonho
que o gol trás pra tantos. Moleques, que por todas as ruas, muitas delas
fechadas ao transito, seja por precariedade, seja pelo comércio (barracas), ou
mesmo pelos jogos, lá estão eles a correr atrás de bola em busca dos gols
imaginários. Muitos dos jogos aqui utilizam golzinho caixote ( expressão para
designar um gol pequeno, muitas vezes as balizas são apenas um par de chinelos,
alguma pedra, um coco)... e muitos dos jogos que são jogados por crianças são
interrompidos por velozes e furiosos
veículos que passam buzinando ensandecidamente.
Aqui em Conakry são carros e calçadas, lá no interior são morros e
montanhas, pedras que interagem com o jogo, sendo mais uma pincelada na bela
paisagem da bola, pano de fundo dos mais variados sonhos, e como se sonha nessa
Guiné...em especial em Kerouane, no campo, quando um moleque joga bem, quando a
família dele já sonha em vê-lo brilhando
no esporte costuma-se dizer “il joue comme un Brésilien“, já quando o moleque não vai muito bem com a
bola nos pés é prontamente comparado aos ex-colonizadores.
Fica aqui uma de minhas impressões da
Guiné, um dos lugares musicalmente mais ricos do mundo. Uma das menores
distancias entre Brasil e África e com certeza o ponto que pode mais uma vez
nos unir, proporcionando um lindo intercambio sem termos que depender do velho
continente.
Manuel, é Geológo, formado há 4 anos e pouco,
desde então, vivendo 20 dias no mato, fazendo exploracão mineral, e 10 dias de
folga, vendo o mundo. Viajando para botar números ao potencial econômico de
algumas rochas.
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