terça-feira, 18 de setembro de 2012

A nossa comunicação em tempos de smartphone

Nunca nos comunicamos tanto. A tecnologia aproximou fronteiras, desfez barreiras, fez idiomas diferentes um obstáculo menor. Mas a que custo? Semana passada em um almoço com amigos passei por aquela situação que aborrece quem não é adolescente; havia várias pessoas à mesa, mas os de fato presentes eram poucos, porque cada um em seu brinquedo smartphone checava e-mails, lia tuítes ou atualizava o Facebook.
Esse comportamento com o celular ainda me aborrece um bocado. Sinal provável de que esteja ficando velho. Sou daqueles que tenta desligá-lo ou encostá-lo. É difícil admitir, mas fazer isso com um smartphone por causa de alguém meio que em parte corresponde ao que nossos avôs faziam ao tirar o chapéu em respeito a outro. Cada geração, cada costume.
A tecnologia faz você falar com alguém a poucos metros de distância via SMS, você liga para alguém ao seu lado, frequenta o mesmo local, mas estão distantes. Assistir a um show virou um exercício porque mais do que ver um ídolo, você parece estar lá abastecendo sua rede de contatos com as fotos. Na rua, encontrões com distraídos teclando virou quase regra.
É errado ? Não sei. Talvez seja só um momento de transição em que distintas gerações vão aprendendo a lidar com novos costumes. A certeza é: esses recursos não vieram apenas mudar o que fazemos, seja no trabalho ou no lazer, mas vieram mudar a nós como pessoas, vieram mudar como seremos e como nos comunicaremos em nosso dia a dia com aqueles que amamos.
Estamos juntos, mas com um smartphone no bolso, estamos também separados. Dizem que a mera presença de algumas pessoas pode nos acalmar. E um celular nesse caso possibilita isso, você calmo próximo de alguém querido, mas com a cabeça bem longe. Não estou reclamando! Não consigo fazer total mau juízo desse tipo de coisa. Veja bem, uma grande vantagem é inegável, você pode escolher melhor onde estar “de verdade”. A presença física não é mais a única alternativa, nossos horizontes ficaram maiores e tangíveis em instantes!
Mas como tudo, há desvantagens. As relações humanas são complexas demais, uma conversa via e-mail nunca será tão rica quanto uma frente a frente. Como disse Saramago, o Twitter seria um passo da comunicação rumo ao grunhido. Olhando com certo distanciamento essa afirmação, o chat te obriga a ser veloz, mais simples, mais “pobre”. Você perde assim muita coisa de uma conversa “real” e é justamente esse o custo embutido.
Mas não adianta ser do contra. O passo de nossa rotina se acelera cada vez mais, fica mais virtual, menos presencial. Ruim? Não sei. Melhor? Tem suas vantagens, mas com certeza é diferente, bem diferente. Se soubermos nos adaptar e ter moderação extraindo as coisas boas disso tudo, por que não?

Danilo Balu   

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Dumbariboró e a afamada Vila Rica, estive me ouro preto

Estar em Ouro Preto-MG é ver (muito bem preservada) a história de uma pátria, construída, erguida sob o suor e sangue de um povo. Que soube fazer das pedras, belíssimas fortunas douradas além mar, e soube bem edificar e ornar nossos monumentos, mas sobretudo foi o gérmen e cerne, que  a ferro e fogo formou os seres da nossa nação.

Ali encravado nas montanhas mineiras, um dos grandes eixos da civilização brazuca, pode-se ver como os bens minerais,  moldaram e ainda moldam o “nosso” desenvolvimento econômico. Mas ali ainda há a primeira escola de minas desse canto do mundo, onde o homo sapiens do sul começou a olhar para a Terra, a terra e a pedra, com olhos mais aguçados. Esse saber geológico tão carente ao nossos cidadãos brasileiros. Vendo onde a doença pelo Ouro se apresentou às terra brasilis, gostaria que a nossa imensa massa de iletrados e letrados perdesse algum tempo de suas preciosas individualidades para pensar/ler tentar propor algo sobre o NOVO CÓDIGO DE MINERAÇÃO BRASILEIRO, que está para ser revisto, mas pouco ou nada tem aparecido para apreciação da sociedade civil/midiática. Eis um dos pontos chaves do futuro desse nosso Brasilzão que quase todos orgulham se de ver prosperar...mais poucos se ocupam de cuidar.











Manuel Corrêa direto da capital das minas gerais, setembro 2012
 
 
Manuel, das montanhas do quadrilátero ferrifero

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Happy New Ears

Outro dia ouvi está frase, paródia da clássica mais ouvida no final de ano, que é uma brincadeira quanto a possibilidade das pessoas ouvirem e prestarem atenção ao mundo de uma outra maneira.

Prestar atenção de uma maneira diferente. Nova.
Quanto ao novo, muitos estão dispostos a desfrutar das novidades, principalmente quando se refere a novas tecnologias como TVs de led, smart phones, controles de estabilidade e tração em carros, navegação por GPS, processos de tintura para os cabelos e por aí vai.
Mas quantos você conhece, inclusive você mesmo, que estão dispostos a encarar uma mudança interna – espiritual, mental, comportamental, e mesmo física – indo muito além de novos modismos passageiros e superficiais?
Experimentar o novo, o tecnologicamente novo é fácil, basta ter o dinheiro necessário para a compra. Ou nem isso, afinal o parcelamento é a saída para todos os males da sociedade. Mas experimentar uma mudança interna, a sua autoavaliação, exige muito mais que abrir a carteira: exige dedicação diária, honestidade com seus erros e acertos, pesquisa, compreensão, paciência, persistência e muita coisa a mais.
Conheço gente aberta ao novo, mas pouca disposta a mudar. Longe de estarem satisfeitas com suas vidas, seus trabalhos, suas famílias e companheiros, preferem que todos mudem ao seu redor. Afinal, a mudança alheia não exige nada meu. Nem a minha própria confissão.

Happy new ears.

Maurício Simões tem duas orelhas, mas às vezes também se faz de surdo.