segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Dumbariboró, Episodio III – Olhos de samabais e o olhar do viajante...


Foi nos pedido que desfocássemos um pouco das viagens, resolvi falar de um livro...
Oliver Sacks, em o Diário de Oaxaca, mostra em uma escrita sintética e fluente, o prazer de uma viagem de campo, em grupo. Muitas mentes (por essência diversas) observando os mesmos lugares, se deslocando juntas, comungando visões, ambientes, sistemas, ideias, desenhos, fotos, em suma, saberes.

Só quem já se propôs a uma viagem de campo (para pesquisar) sabe a delicia de se vagar no tempo e espaço, atuais e primordiais, conceito que está imbuído  na palavra excursão.

Esse livro trata de uma excursão de um grupo de botânicos (alguns amadores outros não) amantes das SAMAMBAIAS que rumam para o sudeste do México, afim de apreciar alguns indivíduos excêntricos e a enorme biodiversidade dessas lindas plantas presentes nos trópicos da américa central .

O relato de Sacks, um grande neurocientista, talvez, um dos médicos mais renomados no ramo que cuida de todas alterações, principalmente as químicas do nosso mágico aparato cerebral, é delicioso. Ele não se resume as inúmeras peculiaridades botânicas das samambaias. Ele percorre um lindo caminho por todas as simbioses químicas entre plantas, e essa espécie de hominídeo que lhes escreve. Todos os produtos e benefícios que a humanidade soube tirar dos sistemas naturais. Com certeza uma grande e inspiradora viagem, que mostra alguns caminhos do olhar, muito bons para quem gosta de perceber que “um passo a frente e não se está mais no mesmo lugar”.  Sem falar no ótimo incentivo para registrarmos em papel nossas impressões sobre os caminhares.

Manuel, das montanhas do quadrilátero ferrifero

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