Foi nos pedido que
desfocássemos um pouco das viagens, resolvi falar de um livro...
Oliver Sacks, em o Diário de
Oaxaca, mostra em uma escrita sintética e fluente, o prazer de uma viagem de
campo, em grupo. Muitas mentes (por essência diversas) observando os mesmos
lugares, se deslocando juntas, comungando visões, ambientes, sistemas, ideias,
desenhos, fotos, em suma, saberes.
Só quem já se propôs a uma
viagem de campo (para pesquisar) sabe a delicia de se vagar no tempo e espaço,
atuais e primordiais, conceito que está imbuído
na palavra excursão.
Esse livro trata de uma
excursão de um grupo de botânicos (alguns amadores outros não) amantes das
SAMAMBAIAS que rumam para o sudeste do México, afim de apreciar alguns
indivíduos excêntricos e a enorme biodiversidade dessas lindas plantas
presentes nos trópicos da américa central .
O relato de Sacks, um grande
neurocientista, talvez, um dos médicos mais renomados no ramo que cuida de
todas alterações, principalmente as químicas do nosso mágico aparato cerebral,
é delicioso. Ele não se resume as inúmeras peculiaridades botânicas das
samambaias. Ele percorre um lindo caminho por todas as simbioses químicas entre
plantas, e essa espécie de hominídeo que lhes escreve. Todos os produtos e
benefícios que a humanidade soube tirar dos sistemas naturais. Com certeza uma
grande e inspiradora viagem, que mostra alguns caminhos do olhar, muito bons
para quem gosta de perceber que “um passo a frente e não se está mais no mesmo
lugar”. Sem falar no ótimo incentivo
para registrarmos em papel nossas impressões sobre os caminhares.
Manuel, das montanhas do quadrilátero ferrifero
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