Quem não quer ser herói? Um dos livros mais incríveis que li é o “Impensável”
de Amanda Ripley. Nele, ela disseca o que é ser um herói. Fala da idade
(jovem), do gênero (homem), solteiro (menos laço) e sem ele tem filhos (não). O
herói vive em cidade pequena, tem mais laços com os “seus” protegidos. Essa é a
regra. Mas o mais importante, amamos os heróis. Se eles não existem como no
cinema e nos gibis, vamos atrás dos que estão aqui na Terra e são como nós.
O esporte nos oferece heróis às dezenas. Quem não quer “salvar”
seu país num Mundial? Defender o pênalti na Copa? Depositamos nos heróis
atléticos aquilo que muitos tentaram e não conseguiram. Mas aí vem a
decepção... e o que fazer quando você oferece tanto (mas tanto!) e ele te
trai?? Justo ele que estampa pôsteres na parede? E aquela pulseirinha que você
usava orgulhoso porque ajudava pessoas doentes?
Um dos filmes mais fantásticos sobre super-herói é o Dark
Knight (Batman). Já no finalzinho se ouve uma fala que diz que a cidade
precisa de um herói de verdade, sem máscaras. Mas o que é um herói se não
alguém também cheio de defeitos?
Mas até onde toleramos esses defeitos? O que fazer? Aceitar as
mentiras dele? Inventar argumentos mentirosos com você mesmo para continuar do
lado dele? Não, não dá. Muitos estão fazendo isso, mas eu não consigo. Prefiro
aceitar que errei feio acreditando nele. Não foi qualquer mentira que Lance
cometeu. Ele mentiu quando foi questionado sob juramento. Ele nos fez acreditar
que ele era tudo aquilo que prometia, justo o que fazia dele tão especial. Ele
nos traiu de uma forma como nunca tinha sido feito antes, não com toda essa
intensidade.
Se até outro dia Lance liderava um gigantesco pelotão de fãs que o
seguiam sem pensar, hoje ele nos fez lembrar que alguns heróis humanos são
fantasias como contos de fadas. Muito triste.
Danilo Balu
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