“Não evoluo, viajo
Não viajo, sonho”
Fernando Pessoa
(sob o azul alfacinha, nos domínios de Dom
Manuel, o Venturoso, Castelo de São Jorge, Lisboa)
a solidão alegre, incorrigível, dos que
sorriem mudos é contada pelos calcários e arenitos repletos de fósseis, que já
contaram a extinção e deposição desses organismos, já contaram guerras, amores,
louvores e traições neste castelo. que já festejaram nosso ouro e diamante. em
busca do firmamento, uma mente que só pode sorrir, absorve a luz desse azul do
céu, azul do Tejo, o amarelo e beje das pedras, o verde das árvores e suas
pinhas, que caladas relembram o mundo, que já foi “desmundo”, mas sempre volta
a ser mundo. nos passos de uma morena, com tanta ginga e sotaque, me surge a
fatídica sina de um tipo de pessoas, que amam o não sorrir, a lamentar-se,
síndrome da paulicéia, em que o não consumir é pecado é falta...
só o silêncio das almas que nunca se calam,
falarão à este povo desolado...
só a solidão alegre dos que escrevem...
Escrevemos pois vemos
e vemos pois sorrimos
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