segunda-feira, 6 de maio de 2013

Dumbariboró...


O mapa digital, o mapa na mão, a revolução do ser errante.
Certa vez ouvi, não sei se em um boteco, em uma palestra, em uma aula ou em uma dessas madrugadas de puro “voyeurismo internético”:
“o nosso nível de felicidade já é e será cada vez mais regido pela aptidão de saber a dose e a forma certas de se relacionar com as maquinas...”.
Sei que esse tema já foi abordado por um colega desse blog, mas não me refiro à uma nova descoberta milagrosa de como obter felicidade ao alcance de seu iphone ou outro smartphone; ou da forma como dosar a sua vida pessoal (real) e sua vida no mundo virtual. Falo apenas da segunda maior revolução que esses espertos aparelhinhos nos possibilitam: Georreferenenciar o nosso caminhar!
Georreferenciar, provavelmente esse verbo não existe nos dicionários e meu corretor ortográfico tampouco o conhece, mas no meu meio de trabalho é um assunto recorrente; trata-se da arte de dar referencias espaciais a um determinado objeto, ou seja, atribui-se coordenadas geográficas, as velhas latitudes e longitudes da escola, lembram?
Há uns 20 anos apareceu um aparelhinho, GPS, que fornece as coordenadas de onde ele está, uma verdadeira revolução em muitas profissões, na Geologia de campo e nas navegações, nem se fale. Antes disso a definição de onde se estava e para onde se queria ir era feita com base em complicadíssimos cálculos geométricos com uso das estrelas, ou com um trabalho difícil de comparação entre um mapa topográfico (isso mesmo aquele das curvas de nível) e o relevo que estava ao seu redor (acreditem, não é fácil, e no tempo que eu estudei geologia os alunos aprendiam a fazer isso sem um GPS).
Aconteceu que hoje em dia, qualquer aparelhinho celular possui um bom GPS, e mais, você pode ver a sua localização sobre um belo mapa, ou imagem de satélite em aplicativos como o google maps, google Earth e muitos outros.
E no que raios isso revolucionou nossas vidas? Para quem trabalha no campo acredito que não preciso dizer, agora imaginem o tanto que comércios podem se beneficiar disso. Acredito que ainda veremos muitas novas ferramentas mas quem não virou dependente do google maps para chegar em qualquer lugar, e esses novos aplicativos para chamar taxi, e os mapas do céu ? as estrelas e seus nomes ao alcance de todos, facilitando e muito aquele velho xaveco romântico olhando pro céu. Mas a grande vantagem disso tudo acredito ser outra:
Gravar seus trajetos, ajudar nossa memoria que é tão carente de noção espacial, e nos mostrar onde foram tiradas as fotos, qual foi o caminho que o levou àquele restaurante maravilhoso. Isso com certeza ajuda muito a guardar mais sentimentos e sensações, ao ver seu trajeto, e visualizar o relevo, você se lembra de como estava cansado, do cheiro que sentiu a entrar na mata, da surpresa que teve ao atingir um mirante, aquele por do sol na praia...
Hoje fiz um belo passeio, aqui em BH, subi o parque das Mangabeiras, com direito a banho de cachoeira, vistas incríveis e um entendimento melhor da geografia  e geologia da cidade, que coisa maluca é uma cidade encostada na mata, numa serra resplandecente de onde se tira e se tirou muita riqueza, cidade erguida sobre as pedras que contem ferro. Um simples trajeto no google Earth me leva a vários pensamentos, a cidade, o poderio econômico, as rochas contendo ferro e seu belo relevo, e o contato com a natureza dentro da bela cidade, belas vistas, belas gerais.... e na chegada uma bela sardinha assada, que no vizinho só se assa no ultimo sábado do mês....

 
 
Caso alguém tenha interesse posso mostrar como se geram esses trajetos e como se exportam pro google Earth....vale perder uns minutinhos 
Belo Horizonte, capital do ferro, na borda do quadrilátero ferrífero em um 27 de abril ensolarado... †
 
Manuel Correa
 

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