De qual lado estou? Todos nós estamos do lado certo, cada um com sua justificativa. Eu confesso que parei de ler a maioria dos textos que me chegavam porque fiquei desanimado, pessimista, nervoso. As duas turmas possuem argumentos muito bons, você nem precisa concordar com a causa, mas tem algo nessa história da qual não consigo abrir mão quando avalio: se cada um de nós resolver mudar a lei para justificar transgressões, como já foi dito por alguém, é bom cada um carregar o seu porrete.
Eu moro a
cerca de 5 quadras da Avenida Paulista, em São Paulo. Aqui é local de muitas
manifestações. Todas elas transformam para pior o já horroroso trânsito de São
Paulo, mas viver numa democracia é isso, saber conviver com a decisão de uma
maioria respeitando a da minoria. O direito ao protesto todos têm, desde que
sigam as regras, no caso, a Lei. Fico imaginando se todo mundo se sentir no
direito de fechar avenidas. Literalmente não sairíamos do lugar.
Enfim, as
vaias à presidente Dilma e os protestos feitos em cidades de diferentes
partidos vão deixando claro que realmente a discussão de quantos centavos
aumentou a passagem é secundário, há é uma insatisfação geral às vésperas de
algo que consumiu bilhões de reais para um evento de uma entidade privada, a
FIFA.
Independente
de qual o “seu lado” (com certeza você acha que é o certo), fica claro que numa
Democracia, se todo mundo tomar para si o direito de que podemos parar a cidade
para que ouçam nossa reivindicação, é melhor rasgarmos a constituição e
pularmos direto pra barbárie. Economizaremos tempo.
Danilo Balu