quarta-feira, 2 de maio de 2012

O tempo filosófico.

Quando você viaja, já teve alguma vez a impressão de que o tempo passa mais devagar? Uma viagem de 10 dias às vezes parece ter o dobro do tempo. Já no dia-a-dia, no trabalho ou escola, o tempo parece que passa voando.

Talvez uma das explicações para isso, além da capacidade de interpretação de cada um, seja que ao viajarmos tudo é novidade. Ao contrário da rotina quando quase tudo é muito parecido ou repetitivo, nas viagens tudo é novo e chama a atenção – o jeito diferente das pessoas falarem e se comportarem, a forma e o cheiro da comida, o vento seco ou frio. E o novo se torna belo. As mensagens, por mais banais, vão sendo registradas na memória. Quando você retorna, a quantidade de informações e registros é tão grande, que tem-se a impressão que o tempo que passou foi muito maior do que realmente é ou foi.

Não há quem não se pegue, vez ou outra, tentando controlar ou entender o tempo: nos cálculos de física e matemática, nas receitas de culinária, na validade dos produtos, nas bulas dos remédios, nas aulas de filosofia e principalmente nas poesias apaixonadas, quem é capaz de decifrar o tempo?
Quem sabe, o tempo seja a maneira como você administra a vida.

Boa viagem.

Mauricio Simões – Engenheiro, publicitário e escritor do livro “Por que deveria haver algum motivo?”


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